Vou ver hoje "Star Wars". Quero deixar bem claro que assistirei armado com uma série de preconceitos e achismos, com pitadas de má-vontade. Quer dizer, nem tanta má-vontade, porque eu quis ir de bom grado. Fiquei curioso em saber como vão fechar essa trilogia.
Agora, que o leitor comece a perceber de onde brotaram meus achismos e preconceitos. Voltando, no domingo passado, do Aterro do Flamengo, peguei o finalzinho do último filme antes desse, o "Clone Wars", naquela parte onde um exército de soldados da República desce o sarrafo nas tropas de dróides. E vi sem agüentar chegar até o final tão próximo. Parei na luta do Yoda contra o Conde sei-lá-o-quê. Aquilo me pareceu especialmente escroto no dia.
Lembrei de quando fui à pré-estréia daquele filme. Foi meia-noite, no meio da semana, num cinema em Botafogo. Naquela parte, a luta do Yoda, o público foi abaixo. Ficou berrando e aplaudindo. Estavam todos loucos. Como disse certa vez o escritor de "Os Anos de Aprendizado de Wilhem Meister", os enamorados se agradam com pouco. Então qualquer coisinha era motivo de estardalhaço. Eu me senti como que cercado por uma turba de mulheres histéricas, definição exata de fãs.
Pois este é o mal de ir à pré-estréias deste tipo de filme. O número de histéricos é infinito. Mas o mesmo aconteceu com "O Senhor dos Anéis", não lembro qual. Nem se foi mesmo na pré-estréia, mas deve ter sido no máximo no segundo dia de apresentação. Qualquer coisa o público berrava. Aliás, público deste tipo de filme é tão esquisito que chega a mijar nas calças de tanto rir mesmo em cenas tristes, como naquela do Golum discutindo consigo mesmo. É para esse pessoal que se tonra necessária uma trilha sonora danada de alta e ultra-sentimental, senão há o risco de não captarem o sentido da cena. Se o ogro ficar bravo em cena de amor, a música relaxa, e assim em diante.
Estrelas por estrelas, confesso que prefiro "Jornada nas Estrelas", ainda que haja toda aquela enrolação de "não devemos interferir na cultura alheia" ou explicações supostamente científicas que até eu, que não entendo patavinas, acho forçadas. Mas um vulcano dizendo um monte de sandices ainda é um vulcano. E isso sem contar que há vulcanas gostosas, como essa (ê trocailhos) que aparece na nova série. Ela até tem um caso - em episódios mais avançados da série - com o oficial de engenharia Tucker, que aliás parece ser bem solicitado pelas alienígenas, a julgar por algumas que já derem em cima dele. Ah sim, esta nova série é legal também porque mostra a primeira Enterprise, que nem teleportador ou tradutor universal tinha, meu deus.
Mas voltando ao "Star Wars", ao menos é aquele filme que dá para o gasto. É como coçar a cabeça, mas uma coçada bem feita - seja lá o que isso queira dizer. Não precisamos catar filosofia a torto e a direito para termos prazer. É claro que um filme se torna ruim à medida que te trata com um perfeito débil mental, mesmo que de fato algumas pessoas sejam retardadas. Desde que o espectador não seja tratado como idiota, e a julgar o número de filmes especialmente mongóis, talvez até saiamos no lucro, no sentido do ladrão que acha que "deu a vida" a uma pessoa porque simplesmente não a matou. Enfim, vou assisti-lo, armado até os dentes com mil preconceitos, e assim que eu voltar para casa comento a respeito - prometo. E me deixem dormir, porque estou já babando, perdão. Bom dia.
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