Monday, March 31, 2008

Bach, Erbarme dich, mein Gott (da Paixão segundo São Mateus)

Meu caro leitor, eis um outro belo vídeo, ou melhor, outra bela música. Ela faz parte da Paixão segundo São Mateus, de Bach. Essa parte se chama "Erbarme dich, mein Gott". Em minha humilíssima opinião, é uma das músicas por assim dizer mais sentidas da história do mundo. É verdadeiramente inacreditável como Bach transpôs tão felizmente para música o sentimento de súplica do fiel arrependido para Deus. São obras assim que parecem nos transportar para um mundo superior. Que o leitor ouça e julgue por si próprio ouvindo essa belíssima interpretação da Julia Hamari. Serão os melhores sete minutos e meio já gastos.



Eis o texto em alemão, seguido por uma tradução em inglês:

Erbarme dich,
Mein Gott, um meiner Zähren willen!
Schaue hier,
Herz und Auge weint vor dir
Bitterlich


Have mercy Lord,

My God, because of this my weeping!
Look thou here,
Heart and eyes now weep for thee
Bitterly.

Saturday, March 22, 2008

Allegri, Miserere

Levando-se em consideração que estamos no fim da Semana Santa, e continuando a seqüência de músicas pelo Youtube, eu gostaria de indicar ao leitor uma das peças mais famosas da história da música: o Miserere do compositor italiano Gregorio Allegri. É a segunda vez que o indico ao estimado leitor, mas dessa vez teremos a oportunidade de ouvi-lo com uma qualidade maior e graças a uma generosíssima alma que resolveu colocá-lo no Youtube.



Sunday, March 16, 2008

Rossini, Tarantela napolitana

Caríssimo leitor, eu vos deixo com a versão de Rossini para a Tarantela Napolitana, cantada pelo legendário Enrico Caruso. É uma música que particularmente gosto bastante por causa do seu agradável sabor regional, seu ritmo irresistível, sua alegre energia e sua ingenuidade popular. Há tembém de dizer que não deixa de ser divertida uma certa pompa nessa orquestração, o que torna a atmosfera vigorosa da música ainda mais divertida. Como se tudo isso parecesse pouco, a voz de Enrico Caruso torna tudo ainda melhor. Portanto, ligue a tua caixa de som e aproveite os próximos três minutos. Esteja à vontade para dançar.



A letra, inclusive com tradução para inglês, francês e alemão, pode ser encontrada aqui. E para uma comparação, que o leitor ouça a voz de Mario Lanza cantando a mesmíssima música, porém numa versão ainda mais rápida e breve.

Sunday, March 09, 2008

Um último exemplo da superioridade nipônica em relação ao Brasil ou: Jiban é superior à Tropa de elite

Houve grande celeuma em torno do filme Tropa de elite. Sem entrar no mérito, nós, criaturas que pela primeira vez viram a luz entre os anos 1978-84, teríamos de ser os últimos a manifestar grande espanto ou incredulidade, ao menos aqueles que tiveram uma formação espiritual semelhante a minha. A explicação disso é demasiado simples: desde a infância, já conhecíamos alguém muitíssimo superior ao Capitão Nascimento, em todos os sentidos possíveis e imagináveis. Refiro-me ao policial de aço Jiban. Note bem o leitor que no todo e nos detalhes, o policial de aço Jiban antecipa e supera a qualquer coisa semelhante ao BOPE, inclusive na cláusula estabelecida pelo sábio legislador e citada pelo policial, segundo a qual é garantido ao agente da lei executar um criminoso se as circunstâncias assim o exigirem.



Essa é a prova mais cabal e definitiva da real superioridade nipônica. Enquanto a nação se embasbaca com as ações praticadas pelo BOPE, nós, criaturas desmamadas em séries japonesas, tranqüilamente contemplamos a tudo isso. Por fim, eu gostaria de iniciar uma campanha para encaminhar toda a série Jiban para os nossos sapientíssimos legisladores, pois assim eles terão a oportunidade de refletir bastante sobre o problema da segurança pública.

Dois exemplos da superioridade nipônica em relação a nós

Na humílima opinião deste que vos escreve, o vídeo que o leitor terá a oportunidade de assistir é moral e artisticamente mil vezes superior a praticamente toda a produção de cinema e televisão de nossa pátria, embora o caráter demasiado positivista desse vídeo não me agrade e destrua um pouco o sentido poético da filmagem. Ouso até dizer que a trilha sonora, apenas pelo trecho que nos é permitido ouvir, facilmente supera muito da MPB.



Caso não tenha ficado satisfeito, que o leitor veja um outro, cujo comentário superior, linha por linha, poderia ser repetido neste parágrafo.



Seria impossível para mim, ainda, deixar de lado um derradeiro vídeo, um verdadeiro Gradus ad Parnassum desse gênero tão japonês. Sua qualidade dramática já é caracteristicamente ressaltada na canção de abertura.

Saturday, March 01, 2008

Brevíssimo agradecimento à preguiça

Enquanto Sócrates tinha em si o famoso dáimon que não lhe deixava fazer algo equívoco, eu possuo um que me tem sido bastante útil, embora nada perfeito e moral e teologicamente duvidoso. Todavia, apesar dos pesares, e como este mundo carece de perfeição, eu não poderia deixar mais um ano sem o elogio a essa figura que me tem acompanhado há tanto tempo. Portanto, caríssimo leitor, enquanto o virtuoso Sócrates tinha a companhia de seu dáimon, eu tenho a da preguiça, espécie de dáimon dos pobres de espírito. Seria sumamente injusto eu criticá-la sem discernimento, apesar dos graves ditos de muitos santos. Daí que eu invoco à maneira dos antigos a musa, para que eu possa listar alguns empreendimentos duvidosos que deixei de praticar por causa desse querido e pecaminoso não-ser: filiar-me ao PSB; participar de Centros Acadêmicos ou de chapas; ler uma pilha monumental de textos que hoje em dia apenas jazem em algumas gavetas, enquanto outros provavelmente estão dando algum trabalho a um eventual catador de papel; participar de laboratórios de estudos acerca de peripécias em Angola e Moçambique; ir a passeatas, embora tenha sido bastante agradável o final de uma em que participei etc. E muito mais eu listaria, se para tanto trabalho não fosse tão longa a preguiça.