Thursday, July 14, 2005

Massacre de crianças no Iraque

Eu soube da notícia pelo blog Direita.

São poucas as coisas neste mundo que provocam uma justa ira, ainda mais tão longe de nós. Mas eram crianças, cacete, e os soldados estavam distribuindo balas e brinquedos somente, até um maníaco matar a todos, ferindo inclusive um bebê de quatro dias! Santo Deus!

Hoje, mais do que nunca, tenho todos os motivos deste mundo para considerar todo aquele que ousar justificar o que chama de "resistência iraquiana", eufemismo para aquela turba bárbara, desumana e monstruosa, um total canalha. Afinal, que gênero de indivíduo buscaria defender, mesmo que discretamente, pessoas que de propósito matam inocentes, sem poupar inclusive bebês?

Vi num programa, há tempos, uma pessoa retirando com uma espátula, em Israel, os restos mortais, espalhados por todos os cantos da rua, de pessoas que morreram num mercado após a detonação de uma bomba, tudo por causa de um demente palestino. Não sei absolutamente nada sobre a Palestina, exceto o fato de ser um dos berços da demência atualmente. Ora, que sociedade normal incentivaria seus próprios membros a matar o maior número possível de inocentes?

Os EUA, a Espanha e agora a Inglaterra passaram por coisas semelhantes. É tudo de uma perversidade tão enorme que chega a ser inconcebível. É puramente demoníaco. E um dos indícios da perversidade demoníaca do caráter de algumas pessoas é a indisfarçada alegria ante a todas essas tragédias, mais ou menos como se se mostrassem vingados com a morte dos judeus no Holocausto. Pior ainda, sentimentos vindos de pessoas aparentemente normais.

Para que o leitor tenha uma idéia melhor do que eu quis dizer com "aparentemente normais", direi o que ouvi da boca de um infeliz professor que tive no segundo grau. Era meu professor de História e, no meio de uma conversa a respeito dos EUA, ele me disse: "Seria bom se houvesse o tal do grande terremoto na Califórnia, pra sacudir aquilo tudo. Tinha que acontecer alguma catástrofe pra abalar aquela gente." Na época, não dei muita importância àquelas palavras, talvez até ri, tamanha a minha loucura e falta de caráter com relação a tão grave assunto. Alguns anos se passaram e eis que houve o fatídico atentado contra as Torres Gêmeas, que me causou um estupor e tristeza inacreditáveis, como se minha mãe estivesse naquele lugar. Não lembrei na ocasião das palavras daquele sujeito que acidentalmente era professor; elas me vieram algum tempo depois. Senti então uma mistura de indignação, melancolia e tristeza, inclusive comigo mesmo. Era como se algum espírito dissesse: "eis aí a obra do teu gracejo".

Desde então, parafraseando Georges Bernanos, repito para mim mesmo: não se jogam dados com a vida. Não se pode nem é possível fazer a mínima concessão àqueles terroristas. E muito me espanta que haja pessoas afirmando que, ao contrário da Segunda Guerra, onde parecia claro que o inimigo eram os nazis, hoje tudo é nebuloso. Para mim não é nenhum pouco: onde houver gente que esteja propensa a matar inocentes, que busque chantagear o mundo sob ameaças de fabricação de armas nucleares ou que trancafie para sempre quem apenas discordou do governo, ali estão os "nazis" de nosso tempo, ainda que sejam semitas, orientais ou latinos. Aliás, hoje muitos enchem a boca para dizer que antes a Alemanha Nazista era claramente inimiga, mas basta uma rápida leitura em jornais, livros e outras fontes de opinião da época que fica patente que nada disso era tão claro, pelo menos até Hitler atacar a França e o Japão os EUA: sobrava gente que discordava da idéia de uma intervenção armada contra a Alemanha. Da mesma forma que hoje há canalhas defendendo a resistência/monstruosidade iraquiana, naqueles tempos não faltavam infelizes que juravam que Hitler era um sujeito cheio de ótimas intenções, governando uma coitada Alemanha humilhada pelas potências ocidentais. Pior de tudo que até hoje ensinam nas escolas que isso foi um dos principais motivos da Alemanha ter novamente ido à guerra. Quem nunca estudou que um dos motivos principais foi a imposição do Tratado de Versalhes, o chamado "Diktat", argumentando como um bom nazista soía fazer nos idos da década de vinte?

Por isso, meus caros, se no final das contas os países de bem (exceção: URSS, que de bem nada tinha) não foram transigentes com os nazis, por quê, por que haveriam de ser com esses malditos assassinos de crianças? Por que Israel está errado em se precaver duramente contra mais um lamentável massacre de inocentes em outro mercado? Por que os EUA, após os eventos de 2002, não podiam agir como agiram, ficando até barato para nações como o Irã e por extensão um monte, inclusive Cuba e China? Ao menos para mim está claro que, em casos extremos como esses, ou você fica a favor de canalhas ou contra, implícita ou explicitamente. Em outras palavras, ou você é canalha ou não, implícita ou explicitamente. Sim sim, não não, o resto é palavrório do Demônio.

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