Friday, June 30, 2006

Sexo

Em homenagem a M. (Não o "M" do filme de Fritz Lang, pelo amor de Deus. Ele é mau, o filme é bom.)

(I) É bom, mas os porcos (e, segundo dizem, também os morcegos, dentre alguns outros animais) sentem orgasmo. E macacos se masturbam. Donde se conclui que quem ama falar sobre sexo pode ser comparado a um porquinho ou macaquinho falante. (Não custa nada dizer ao leitor que o homem, bem entendido, é o "asceta da vida". Não é por acaso que temos uma coisa chamada espírito.)

(II) Não foi o Cristianismo que fez a proeza de dizer que sexo é intrinsicamente mau. Sexo não é pecado. Tampouco devemos olhar com desprezo os Santos Agostinhos e Tomás de Aquinos da vida que comentaram sobre o assunto. Se você quer arrumar algum culpado, ele tem nome: cátaro, gnóstico e demais da mesma espécie.

(III) É verdade que a Igreja, por outro lado, sempre teve algumas reservas quanto ao sexo. Mas, entenda-se bem, não contra ele em si. O problema é o desregramento. Se algo não está conforme a sua finalidade, esse algo está viciado. Mais uma vez podemos trazer à baila os Santos Agostinhos e Tomás de Aquinos da vida. Até numa obra como Filotéia - Introdução à vida devota, São Francisco de Sales não deixa de fazer algumas reflexões sobre o que ele chama de "leito conjugal": "assim o que se requer no matrimônio para a geração dos filhos, e multiplicação das pessoas, é uma coisa boa e muito santa, porque é o fim principal do casamento." Mas também diz: "É o grande mal do homem, como diz S. Agostinho, querer gozar das coisas de que só deve usar, e querer usar daquelas de que só deve gozar: devemos gozar das coisas espirituais, e das corporais somente usar; e quando o uso destas se converte em gozo, a nossa alma racional converte-se outrossim em alma brutal e bestial."

(IV) Também se iludem aqueles que acham que apenas a tradição judaico-cristã faz esse tipo de reserva. Nada disso. A filosofia é mestra nesse quesito. Se observarmos por exemplo os ensinamentos de Aristóteles, podemos ver que ele também critica quem se deixa comandar pelos apetites. Pedro Sette Câmara explicou bem este ponto em seu blog: "a idéia de que a promiscuidade é ruim não é nem cristã em sua origem, e nem necessariamente religiosa. Aristóteles já á propõe abertamente, admitindo que o desejo sexual é uma paixão - a qual, como toda paixão, deve ser ordenada pela razão."

(V) Um dos problemas do uso de preservativos e anticoncepcionais é que eles fazem com que a gente dissocie, no sexo, causa e efeito. Você faz sexo ignorando solenemente as suas conseqüências mais simples. Ora, estabelecer simples nexos causais é, do ponto de vista da inteligência, algo básico. Então, de um jeito ou de outro, fazer a propaganda de camisinhas e anticoncepcionais ao mesmo tempo que se faz vista grossa às suas conseqüências só é possível mediante um ataque maciço à inteligência. Por outro lado, a ignorância das conseqüências mais imediatas é uma apologia enorme da irresponsabilidade, em níveis colossais, que vão desde as relações desajustadas entre as pessoas até os problemas mais graves de saúde pública de um país e quiçá do mundo todo. Mas não podemos esquecer que vivemos na época dos señoritos satisfeitos, conforme observou Ortega y Gasset em seu antológico livro A rebelião das massas. É a época dos mimos e das cabriolas. Todos querem tudo sem ter de arcar com a responsabilidade de nada.

(VI) Já dizia Goethe: “Os grandes homens estão ligados ao seu século através de alguma fraqueza.” Por conseguinte, nada mais natural que nós, os pequeninos, acabemos sendo carregados também por toda essa avalanche de confusões e erros, como se tivéssemos de contribuir obrigatoriamente para o sempiterno livro das besteiras humanas. Mas não devemos ficar abalados por conta de nossos próprios erros. Eles mesmos trazem sua própria solução. Daí as palavras de Benedetto Croce em seu Breviário de estética: "O erro fala com voz dupla, uma das quais proclama o falso e a outra o desmente; e é um contender de sim e não, que se chama contradição... O erro condena-se, não pela boca do juiz, mas 'ex ore suo'."

Thursday, June 29, 2006

O Sultão e o Anjo da Morte

Amigos, contarei a vocês uma história oriental. Não é minha, é uma dessas lendas que simplesmente brotaram das névoas da história, portanto verdadeira em espírito. O fim é meio abrupto, mas não contarei a moral.

Certa vez o sultão contemplava orgulhoso sua cidade, solitário, da varanda de seu palácio. Aquela opulência toda parecia a manifestação de si mesmo, como se fosse uma idéia excelente que por milagre se tornou ato em todos os seus pormenores. Certamente não havia cidade no mundo tão bela quanto a do sultão. Tal contemplação tinha um caráter de Narciso, porque ao olhar a cidade ele via a si mesmo em glória.

Todavia, eis que de repente o sultão sentiu um calafrio tremendo, prenúncio de toda a calamidade. Do alto da abóbada celeste escura e estrelada, desceu um anjo de beleza terrível bem ali na varanda, tal como um um raio. Não era uma criatura qualquer, mas aquele que é a boca de Deus para o flagelo. Estava ali o Anjo da Morte. E o sultão estremeceu.

Logo disse o Anjo: "Ó homem, eis que Deus me enviou para te anunciar terrível desgraça. Prepara-te, pois tocarei a tua cidade como jamais foi tocada antes." Tendo ouvido tão sinistro oráculo, o sultão lhe respondeu: "Que fiz de mal? Ora, diga-me conforme a verdade: quantos hão de tombar? Se foi o Senhor que te enviou, então pela graça de Deus misericordioso te rogo para que me digas!" Falou o Anjo: "Cinco mil tombarão nas próximas semanas de doença terrível. Prepara-te e te alegra, ó homem, porque nem sempre é dado conhecer a extensão da própria desgraça. Tu és pecador, mas Deus é fiel." E voltou aos céus o Anjo da Morte.

Mal tendo desaparecido o Anjo, o sultão, homem extremamente prático como todos bons governantes devem ser, tratou de expedir ordens o quanto antes para que a cidade suportasse o flagelo vindouro. As ordens saíam com alguma melancolia profunda, pois ele considerava a empresa difícil e o fato vindouro brutal. Mas não se discute a vontade de Deus. A cidade foi preparada, na medida do possível, para suportar a calamidade que estava por vir.

A semana seguinte chegou e as pessoas começaram a morrer. O sultão acompanhava a tudo bastante apreensivo, sem nunca deixar de contabilizar o número de mortos. Na primeira semana Deus chamou aos céus setecentas almas. Na segunda foram mil e quinhentas. Na terceira foram mais mil. O pânico era generalizado. O espírito do povo sofria golpe atrás de golpe. E não cessava de morrer gente até que houve um total de mais de trinta mil mortos em pouco mais de um mês, o que deixou indignado o sultão, ao que ele ficava repetindo para si: "Para o inferno esse demônio mentiroso!" Eis então que novamente o Anjo da Morte apareceu e lhe perguntou: "Ó homem, por que razão blasfemas tanto?" Respondeu-lhe o sultão: "Tu me enganaste, tu me enganaste! Falaste que cinco mil homens tombariam de doença terrível. Ora, em pouco mais de um mês morreram mais de trinta mil!" Disse-lhe o Anjo: "Não menti, ó homem: Cinco mil homens certamente tombaram de doença terrível. " Tais palavras exasperaram ainda mais o sultão, que disse enfurecido: "Zombas de mim, anjo! Que queres dizer com isso? Seis vezes mais homens tombaram do que me havias dito!" Então lhe respondeu o Anjo da Morte: "Ó homem de pouca fé, que duvida do aviso do céu! O restante, ó insensato, morreu de medo."

Saturday, June 17, 2006

Thursday, June 08, 2006

Três métodos de avaliação de sábios

Você pode avaliar o sábio em questão vendo se ele já tratou alguma vez do amor. Se ele nunca escreveu nada sobre o assunto, então ele sabe tanto de gente quanto nós de viagem no tempo. Portanto, seu conhecimento é supérfluo para o que temos de mais radical, problemático e autêntico: a nossa própria vida. Que adianta, radicalmente falando, ser um virtuose da física?

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Há também um outro jeito, interligado ao primeiro. Veja se ele já tratou seriamente sobre a pessoa. Se nunca disse uma palavra decente a respeito, fuja: sua filosofia é totalmente inútil. Na melhor das hipóteses, um belíssimo acessório.

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Agora o derradeiro método. Perceba se ele só fala sobre coisas. Há uns que colocam um muro de coisas entre eles e as pessoas para poder se esconder. Como exemplo, os físicos, matemáticos, etc. Mas veja. Se ele só fala sobre o quê, e não quem, também ouso dizer que sua filosofia, se é que podemos chamar algo assim de filosofia, não vale nada de fato.

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Faço apelo ao leitor inteligente que não interprete tudo isso como uma birra contra a física-matemática. Pelo contrário, eu a adoro. Jamais na história do mundo um conhecimento ofereceu coisas tão espantosas para nossa comodidade. Mas há limites. E é uma impostura tremenda utilizá-la para todas as instâncias da realidade. Entricheirar-se nela é um modo de ser tacanho, muito embora um tacanho que pode ser estupendamente virtuoso nesse campo. Confesso que ela é extremamente elegante e sedutora, porém já passou da hora de nos livrarmos de seus efeitos residuais mais tacanhos. (Digo residuais porque estou longe de ser o primeiro a criticá-la; não falta gente que já demonstrou a necessidade de um outro tipo de saber que nos forneça algo vital e autêntico acerca de nós mesmos.)

Tuesday, June 06, 2006

Filmes horríveis que entraram para a história - A Bolha Assassina

Detesto filme de terror. Todos me parecem uma porcaria.

Talvez a minha ojeriza a esse gênero tenha raízes na minha infância, época em que vi muita coisa especialmente terrível. E a coisa mais bisonha que me lembro daqueles tempos é um chamado A Bolha Assassina.

Será que o leitor lembra desse filme? Espero que não. Eu também não lembro direito. Mas um filme chamado The Blob não pode inspirar respeito. Traduzido então para A Bolha Assassina, bem, certamente é inscrever o filme por antecipação na galeria das bisonhices da história do mundo, talvez ficando no nível do Tony Ramos imitando sotaque de grego.

Dá para imaginar a conversa que tiveram antes de traduzir o título?

- Hm... The Blob... ninguém vai entender...
- É... Põe aí A Coisa.
- Pô, mas já existe um com esse nome.
- Então que tal A Bolha Maligna?
- Existe alguma do bem? Pra mim bolha é neutra. Se bem que essa daí veio do espaço e come todo mundo. Tem que ser um negócio assustador.
- Então coloca aí A Bolha ASSASSINA! - e assim ambos sorriem triunfalmente.

E foi isso que algumas pessoas, talvez com título universitário, pais de família, etc, conceberam. Mas não as reprimamos. A matéria-prima era a pior possível. Que outro título você daria, leitor?

(Por sinal, nunca ouvi alguém dizer que achou esse filme pelo menos legalzinho. As reações que costumo observar são as mesmas daqueles que logo após tomarem cachaça fazem uma cara horrível. Aliás, se cachaça fosse boa, por que todo mundo faz uma cara de Silvester Stallone interpretando o Rocky naquela parte onde ele fica chamando, todo arrebentado, no final da luta, a sua mulher? Ninguém faz essa cara quando toma suco de uva.)

Divertido mesmo foi um comentário que encontrei num site qualquer enquanto catava alguma imagem do filme para colocar aqui. Vejam que obra-prima: Sem problemas de consequencia ou intelecto a bolha faz apenas uma coisa - e o faz muito bem. Ela come tudo e todos que se movem: Homens, mulheres e crianças. Fiz questão de grifar aquele trecho porque é muito bonito. Será que quiseram dizer "consciência" em vez de "conseqüência"? E será que insinuaram que intelecto é problema? Como os intelectuais são aqueles que geralmente aparecem na TV dizendo as maiores atrocidades, estou longe de criticar este ponto. Por outro lado, talvez fosse ainda mais esquisito se a Bolha tivesse problemas morais ou desvio de personalidade. Já pensou se houvesse uma continuação, algo como A Bolha no Terapeuta? Outra coisa digna de nota é que no site onde peguei aquela citação diziam que havia legendas no DVD até para tailandês e coreano. A perspectiva então é de que o filme corra pelo mundo. É um pouco desconcertante para mim saber que em termos culturais o que pode me unir a um coreano é a Bolha Assassina. Mas havia também uma versão em francês, e confesso que acharia curioso escutar o pessoal gritando cafona, tosca e desesperadamente Oh mon Dieu, qu'est-ce que se passe?

Sinto a tentação de bater a cabeça na parede até que minhas recordações desse filme desapareçam. Mas fico com uns versinhos de uma velha e melancólica elegia de Camões:

Se me desses üa arte que em meus dias
me não lembrasse nada do passado,
oh! quanto milhor obra me farias!



Oh mon Dieu, qu'est-ce que se passe?

Sunday, June 04, 2006

Texto para a leitora

Leitora, sei que vocês mulheres vivem reclamando que nós homens queremos saber apenas de mulher gostosona, nada de compromissos, etc. Mas vocês têm de pensar também numa coisa. Quantas de vocês foram um Newton, Mozart ou Machado de Assis? Você, cara amiga, já se deu conta disso? E no entanto nós vivemos aos seus pés. O mais genial dos homens, perto de vocês, é um tolo inseguro, suando para que a mocinha lhe acene favoravelmente. Caso ele dê sorte, tal fato lhe queimará o coração muitíssimo mais que qualquer fórmula química, tratado metafísico ou concepção de engenharia sublimes que ele possa muito imaginar. (Taí o velho Goethe, já em vida aclamado como a glória da Alemanha, perdidamente apaixonado por uma mocinha de menos de vinte anos, que não me deixa mentir.) Isso porque vocês, leitora, valem muitíssimo mais que qualquer uma daquelas coisas. Podem ser menos geniais que Newton. Mas é que a profundidade de vocês é de outra ordem. Para te ser franco, nós, a rigor, sem o nosso intelecto não somos nada. Mais: corremos de um lado para o outro, lutamos até a morte e descobrimos verdades intrincadíssimas porque temos de fazer alguma coisa para sermos algo, e de preferência algo grandioso, porque assim seremos verdadeiros homens para vocês. Se nossa vida interior fosse maravilhosa, haveria necessidade de tantas coisas desse tipo? Já vocês, bem, vocês não precisam de nada disso porque por si mesmas são tudo, incluindo a gente, pois nós só nos encontramos em plenitude no coração de vocês. Um homem só é de fato homem quando alguma mulher assim o percebe. E ser público é coisa nossa, porque o interior pertence a vocês. Não é à toa que os nobres medievais consideravam o estudo um tanto efeminado, já que o estudo tem algo de interior, portanto feminino. Só que vocês, minha amiga, são de outra ordem. Tanto é verdade que a mulher menos considerada é aquela mais próxima de nós: é a mulher pública, a puta. Ela é menos mulher que vocês. Exposta a todos, sem o menor segredo, é como o homem que está aí, na tribuna, na imprensa, na TV, que fora seus afazeres não tem tanta intimidade. Não há muito mais a revelar de si mesmo. Nossa vida é menos vida. Já a de vocês é todo o contrário; porque vocês têm um interior mais profundo e melhor trabalhado. Para vocês foi dada a intimidade e a sensiblidade. Não é mera coincidência que quem costuma cuidar das coisas de fora, exteriores, somos nós, enquanto vocês cuidam daquilo que é mais particular, a casa. Nada mais lógico. Também não é mera coincidência que são vocês que nos acalmam tão só com suas presenças, apenas sendo vocês mesmas, sem agir. Sem a mulher o homem viveria profundamente desorganizado. Até o próprio Deus disse: "Não é bom que o homem viva só". Então no fundo vocês têm o direito de reclamar de nós sim, porque são vocês, sem precisar discursar ou subir em palanques, que nos civilizam. Mas não te esqueça, amiga leitora, que vocês andam esquecendo da própria vocação. Só não reclame sendo relapsa, porque isso seria a ruína do mundo.

Thursday, June 01, 2006

E de repente me vi dizendo coisas sobre Bach

Eu ia dizer alguma coisa qualquer mas até perdi o rumo da meada quando comecei a ouvir a Partita No.2 de J.S. Bach.

Vou dizer uma coisa a ti, leitor. Nunca ouvi uma música de Bach e achei mais ou menos. Foi sempre de ótimo para cima. O sujeito tem mais de mil obras. É uma coisa extremamente espantosa. Já tentei, juro, ser o ouvinte mais chato do mundo, e nada, nadinha me fazia achar alguma coisa ruim. Até Beethoven e Mozart pagaram seus tributos ao mau gosto. E Bach? Coisa alguma. É um negócio impressionante. Mesmo que você vá ouvir alguma música dele que nunca escutou, criando toda uma série de expectativas, você será surpreendido inevitavelmente. Todo tiro no escuro acerta alguma preciosidade.

Levando-se em consideração a quantidade de obras que chegaram até nós, era de se esperar que notássemos em algum ponto algo destoante, um leve escorregão completamente justificável. Por exemplo, algo ruim que pudesse ser explicado pela sua inexperiência, por algum sacrifício da qualidade às exigências do tempo, sei lá. Nada mais diverso. Veja, leitor, você pode pegar qualquer uma de suas músicas mais antigas, para logo em seguida ouvir uma das suas últimas: a impressão que dá é que ele sempre foi um mestre totalmente excepcional. Uma cantata como Christ lag in Todes Banden (Cristo jazia nos grilhões da morte), que é uma de suas obras mais antigas que conhecemos, é tão magnífica quanto qualquer cantata muito posterior.

Gustavo Corção dizia que a obra do mestre tinha um caráter de homilia. Isso porque toda ela tem um indiscutível caráter de lição, de ensinamento. O próprio Corção afirmava: "Sua obra nos deixa sentir a hierarquia." É como se ouvíssemos os fundamentos da música, o que aliás não deixa de ser verdade quando lembramos de uma composição como o Cravo Bem Temperado.

Na minha opinião, ouvir a Missa em si menor é um dos melhores exemplos do que estou dizendo. É um ensinamento musical e religoso ao mesmo tempo. Não sei que música vocal está no mesmo nível daquela. É de um sentimento religioso tão poderoso, uma devoção tão autêntica, um senso de hierarquia tão claro, uma beleza tão incrível, que, por mais que você a ouça, você não acredita que foi possível que alguém concebesse uma coisa dessas e transformasse em música. Não foi à toa que alguns disseram que tal música converte até ateu.

Ficam aqui as músicas supracitadas como sugestões, embora haja muitas outras de Bach que valem a pena escutar.