Olá, caro leitor, como vai? Andou lendo muito? Você ouviu alguma música interessante? Quer contar alguma coisa? Mas me conte depois, pois embora eu não tenha muito assunto, quero divagar um pouquinho.
Hoje acordei com uma notícia extremamente grave: senhor de meia-idade romeno fratura o pinto depois de se distrair vendo a bela esposa de 25 anos lavando a roupa. O senhor carregava um pesado saco quando se excitou vendo a mulher. Então sem querer deixou o saco cair em cima do pinto, que quebrou. “Não pudemos fazer muita coisa”, disse o médico. “Ele poderá usar o pinto para tudo, exceto relações sexuais”. (Aliás, diga-se de passagem que já escrevi uma pequena história parecida.)
Que azar. Parece que ele tinha uns 50 e poucos anos. É equivalente a ganhar na loteria e logo em seguida ter um enfarte. Que será daqui em diante daquele casal? Se pudesse, eu escreveria um e-mail para eles, afinal de contas nós homens temos entre nossa classe uma espécie de elo empático em assuntos de tão grave (e dolorida) natureza. Se quem me está lendo for homem, ótimo, não preciso me justificar. Se mulher, faça um teste: chegue para algum homem e conte essa história. Na hora, garanto, ele, se for mesmo homem, de alguma maneira sentirá uma pontada de dor também, fazendo mesmo alguma caretinha.
Esse tipo de infortúnio é similar ao que havia com George Constanza. Não, ele não vivia quebrando o pinto ou coisa parecida, mas freqüentemente dava um azar monumental quando tudo parecia bem. O fracasso era apaixonado pelo pobre amigo de Seinfeld. Tudo dava errado. Com certeza aquele sujeito, por tantos funestos acontecimentos contra ele, como se o mundo estivesse contra si mesmo, com certeza ele devia ser gnóstico. Seinfeld era judeu, Elaine não sei, e Kramer... Bem, esse acho que nem Deus explica.
Infelizmente esse assunto que escolhi para abrir este texto é como o sexo: não dá para inventar muito e variações demais podem causar algum mal. É dessas coisas que dão tédio. Mas por falar nisso (em tédio, não em sexo), senti um súbito cansaço com relação ao Orkut. Talvez seja a overdose – embora varie de objeto para objeto –, porque tenho passado tempo demais por lá. Basicamente as mesmíssimas pessoas que conheço fazem parte da minha lista de contato. Logo, por que diabos fico entrando lá? Certo, as comunidades... Estou em mais de cem, o que não é nada assombroso, já que vi com esses olhos aqui que a terra há de comer gente que está em mais de 500 e até mesmo em 999 – o diabo de ponta-cabeça, segundo interpretação “midraxiana” que acabei de fazer. (Quem sabe não viro mestre judeu? Por sinal, certa vez, no Saturday Night Live, um comediante estava andando de um lado para o outro quando quase tropeça num fio elétrico. Ele: “Nossa, quase viro judeu”. Vi faz anos aquilo, mas até hoje fico rindo.) Também vi o perfil de um sujeito gordinho, dos seus 40 e poucos anos e que estava em mais de 500 comunidades dedicadas ao Chavez et magna caterva. Até criaram uma comunidade para o infeliz.
Eu criei uma também: “Saudades da Inquisição”, onde há uma descrição explicando o motivo do nome e tal, mas que ainda assim uma miríade de antas entra para perturbar, ofender e cobrar por explicações. Até com o Holocausto comparam a Inquisição. Por essas e outras dá vontade de ser professor, só para ensinar para uns poucos que a Inquisição estava muito, mas muito longe de ser como o Holocausto, que a Revolução Francesa por exemplo estaria talvez mais próxima disso, etc, etc, etc. E dá vontade também de virar professor só para tentar explicar alguma coisa que valha sobre a Idade Média. E é melhor virar professor que purpurina, muito embora minha vida não esteja pendendo nem para um lado nem para outro. Mas estou fugindo do assunto, ou ele está escapando de mim. Assunto, vem cá, vem.
Há comunidades legais no Orkut, umas bem engraçadas. Mas pude notar, pela “Gilmore Girls Brasil”, que a quantidade de garotas que gostam daquele seriado é enorme. Será que é um seriado-mulherzinha? Que seja, é de boa qualidade, gosto muito. Há outros seriados que gosto bastante, como O.C., Smallville, etc. Detesto aqueles do tipo realidade-escrotíssima, com um de polícia que passa na AXN, ou aqueles com gente sendo dissecada ou hospitalizada. Se eu quiser ver um negócio horroroso desses, basta eu andar aqui pela Rua Mem de Sá, onde tem uma churrascaria entre um IML e um INCA, sem contar os travecos e prédios com aparência de Dresden após o bombardeio aliado. É uma das ruas mais horríveis que já vi. Aliás, já divaguei cá com meus botões várias vezes sobre aquela rua, mas deixo minhas opiniões por enquanto dentro do saco.
Por outro lado, voltando ao Orkut, além daqueles reencontros com fulano que há milênios não vemos e que provavelmente não voltaremos mesmo a encontrar sem ser por lá, e sem contar uma ou outra agradável surpresa – afinal de contas sempre conhecemos gente legal –, o que achei mais legal foi ter encontrado o profile do Olavo de Carvalho. Fiquei desconfiado, achando que era falso, mas depois pude ver que não. É legal visitar seu scrapbook. Infelizmente até lá aparecem retardados insultando-o, mas o filósofo nunca deixa nada passar, sempre insultando na mesma medida, o que é sempre engraçado. Eu só soube que ele também usava o Orkut quando uma vez, numa das comunidades dedicadas a ele, durante uma discussão acerca de um artigo seu sobre o darwinismo, e em meio a uma polêmica, ele apareceu e começou a postar um monte de textos indicando as fontes em que se apoiava para dizer o que disse, além de sair refutando todo mundo. É, Sócrates estava perfeitamente certo quando dizia que era um espetáculo interessante a refutação de supostos sábios: não é à toa que O Imbecil Coletivo (tanto o primeiro quanto o segundo) e vários de seus artigos fizeram e fazem com que o Olavo de Carvalho tenha tantos admiradores – e inimigos, claro, claro. É uma leitura divertida e séria ao mesmo tempo, embora a obra do filósofo seja muito mais extensa que sua parte polêmica.
Bom, chega de divagações por ora. E ótimo dia, leitor, adeus. Ou melhor, me conte o que leu, que música ouviu, o que houve contigo. Sabia que adoro dormir de madrugada? Não? Só espere um minuto para eu pegar o cafezinho. Fique à vontade.
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