Dizer algo sobre o visual de Procurando Nemo chega a ser desnecessário. É tão evidente, tão monstruosamente clara a beleza de suas imagens, que qualquer elogio se torna pleonasmo. É tudo tão colorido e tão bonito que dá vontade de dizer que foi para vê-lo que minha visão foi feita.
Mas não é apenas o visual que merece elogios. O roteiro é muito divertido. Os diálogos são bons. E claro, geralmente os trocadilhos com hábitos de bichos nesse tipo de filme dão certo. Um polvinho soltando uma pequena tinta negra, como se estivesse se mijando de medo, ao ver um imenso tubarão; tubarões que se juntam numa espécie de AA, repetindo para si mesmos que peixes são amigos, não comida; tartarugas surfistas; um peixinho - o mais divertido do filme - que não consegue reter lembranças recentes, mais ou menos como (dizem que) as baratas são; um peixe-palhaço que não consegue fazer uma só piada decente. E por aí vai.
Se eu fosse comentar cada cena que ri sem parar, o leitor acabaria por não ler apenas um post, mas um livro. Por exemplo, a cena da sobrinha do dentista no consultório. Como era engraçado vê-la se debater apavorada quando entra um pelicano na sala e logo em seguida um peixe sai do aquário para cair em sua cabeça... Ou aquela da explosão de minas submarinas que forma bolhas, fazendo com que um pelicano, alheio a tudo aquilo e vendo se formar uma ao lado de seu amigo, ache que ele soltou um pum.
Logo após o filme, fiquei pensando com os meus botões algo sobre as animações japonesas. Não sou de ver muita animação, porém das poucas que assisti pude perceber que os japoneses, em termos de roteiro, são de longe os mais bizarros: violência desmesurada atrelada a um senso de humor no mínimo alienígena. Confesso que nunca fui muito fã de filmes de animação japonesa, cujas histórias são muito esquisitas. As americanas não - quer dizer, não tanto. Não sei se por serem uma cultura mais próxima de nós, o fato é que geralmente prefiro a deles. Alguns têm um senso de humor esquisito, algo que parece estar se tornando quase um gênero a parte. Porém mesmo assim eu fico com os EUA.
Um outro motivo para minha simpatia para com as animações dos EUA é que suas histórias são bem mais despretensiosas. Você não precisa ter um nível de "abstração" enorme para compreendê-las. Claro, sempre há exceções, como aquela da MTV que tinha uma mulher espiã que, igualzinho ao Kenny do South Park, sempre morria no final (esqueci o nome, cartas para a redação, por favor).
Mas estou fugindo do Nemo. Que são essas palavras, leitor? Faça que nem o pai do simpático peixinho e saia por aí procurando-o logo.
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
No comments:
Post a Comment